DESTAQUES DA SEMANA UNIVILLE!
A proximidade entre as avaliações e o volume "insano" de entregas geram desgaste mental e acendem debate sobre a qualidade do ensino versus a quantidade de conteúdo.
JOINVILLE, 19/08/2025 – O calendário acadêmico do semestre foi liberado para os alunos do curso de Engenharia de Software da Univille, e a reação entre os estudantes foi unânime: um misto de desespero e resignação. O documento, que deveria ser um roteiro para o período letivo, se assemelha mais a uma maratona de obstáculos, com uma sequência apertada de provas e uma pilha de trabalhos que os alunos já classificam como "absurda" e "insustentável".
A agenda revela que, em um período de apenas três semanas, os estudantes terão que enfrentar sete provas, com intervalos que, em alguns casos, não passam de 24 horas entre uma avaliação e outra. Paralelamente, devem conciliar a elaboração e entrega de pelo menos cinco trabalhos extensos, envolvendo documentação complexa, desenvolvimento de código e apresentações em grupo.
“É humanamente impossível”, protesta Ricardo Alves, 21 anos, do 4º período. “Na semana que vem, por exemplo, tenho prova de Estrutura de Dados na segunda-feira e de Cálculo Numérico na terça. São duas disciplinas pesadíssimas que exigem tipos diferentes de raciocínio. Como é que eu vou conseguir me preparar adequadamente para as duas? A gente vira uma máquina de decorar conteúdo, mas não aprende de verdade.”
A carga excessiva não impacta apenas o desempenho acadêmico, mas também a saúde mental. Julia Costa, 20 anos, relata crises de ansiedade. “Além das provas, temos um TCC para avançar, um projeto integrador e mais três trabalhos em grupo para entregar. Não tenho um fim de semana livre desde que o semestre começou. A gente dorme pouco, se alimenta mal e vive sob constante estresse. A sensação é de que estamos sempre atrasados e nunca damos o nosso melhor em nada, porque são muitas frentes ao mesmo tempo.”
O coordenador do curso, Prof. Dr. Marcelo Brandt, defende a estrutura argumentando que a ementa é necessária para formar profissionais capacitados para um mercado de trabalho dinâmico e exigente. “O curso de Engenharia de Software é intrinsically denso. Precisamos preparar os alunos para a realidade do mercado, que é de prazos curtos e múltiplas demandas. O calendário é desafiador, mas foi pensando para cobrir todo o conteúdo essencial”, explicou.
A justificativa, no entanto, não convence a todos. Especialistas em pedagogia questionam a eficácia do modelo. “Há uma grande diferença entre preparar para o mercado e promover um ambiente de sobrecarga e burnout. Quando você coloca avaliações tão próximas, você privilegia a memorização temporária em detrimento da aprendizagem significativa e duradoura. O aluno estuda para passar na prova, e não para absorver o conhecimento”, analisa a pedagoga e professora Dra. Fernanda Dias.
Enquanto a universidade e os alunos não encontram um meio-termo, a realidade para os estudantes de Engenharia de Software é de noites mal dormidas, cafés energéticos e a persistente sombra da exaustão. O semestre promete ser menos uma jornada de aprendizado e mais uma prova de resistência.
Avaliação da disciplina temida do de Engenharia de Software está marcada para quinta-feira, 14/08, e divide estudantes entre maratonas de estudo e a confiança, talvez ingênua, em uma prova "fácil".
JOINVILLE, 12/08/2025 – O corredor do bloco de exatas da Univille está mais silencioso que o normal, mas a atmosfera é carregada de uma tensão quase palpável. Nas salas de estudo, a cena se repete: pilhas de livros abertos sobre tabelas-verdade, grafos e algoritmos, xícaras de café vazias e estudantes com expressões de profunda concentração. O motivo é único e unânime: a prova de Matemática Discreta, marcada para esta quinta-feira (14/08), é o grande fantasma da semana para os calouros de Ciência da Computação.
A disciplina, conhecida por sua complexidade e alto índice de reprovação, criou uma cisão clara entre os alunos. De um lado, estão os que encaram a prova como um desafio monumental. Para eles, cada hora é preciosa.
“Desde a última semana minha vida se resume a revisão de relações binárias, princípios de indução e lógica proposicional. É desgastante, a ansiedade aperta, mas é necessário. Não é o tipo de matéria que você pega na véspera”, confessa Maria Clara Santos, 18 anos, que estuda das 14h até a meia-noite na biblioteca. “Tenho a sensação constante de que, por mais que eu estude, não é suficiente. É angustiante.”
Do outro lado do espectro, um grupo parece viver em uma realidade paralela, subestimando a reputação da disciplina. A estratégia é a procrastinação, camuflada por uma aura de confiança.
“Ah, todo mundo fala que é difícil, mas eu dei uma olhada nos slides e parece tranquilo. Ainda tenho dois dias, dá tempo de ver tudo. Pra quê ficar neurótico agora?”, questiona João Vitor Lopes, 19 anos, que preferiu passar o fim de semana jogando videogame. “Acho que é mais mito do que qualquer coisa. Vou revisar na quarta à noite e tá resolvido.”
Para a professora da disciplina, Dr.ª Amanda Vieira, a postura procrastinadora é um erro crasso. “A Matemática Discreta exige raciocínio lógico e construção de conhecimento, não decoreba. É como aprender a tocar um instrumento: não adianta tentar aprender tudo um dia antes do concerto. Os alunos que estão deixando para a última hora estão, infelizmente, se enganando e correndo um risco enorme”, alerta.
Enquanto o relógio avança inexoravelmente em direção à quinta-feira, os dois grupos seguem caminhos opostos. Uns, alimentados pela ansiedade, tentam dominar a complexidade dos conceitos matemáticos. Outros, alimentados por uma confiança frágil, adiam o inevitável. O que os une é a mesma prova. O que os separa pode ser, em breve, uma nota no sistema.
Criado para representar os valores da instituição, o mascote foi a espécie escolhida para embaixadora da marca; lançamento oficial aconteceu durante a cerimônia de abertura do semestre.
JOINVILLE, 26/02/2024 – A Universidade da Região de Joinville (Univille) entrou em uma nova era de sua identidade visual com o lançamento oficial do seu primeiro mascote oficial: o Univito. O personagem, uma lontra amigável e estilizada, vestindo um moletom com o logo da instituição, foi apresentado à comunidade acadêmica na cerimônia de abertura do semestre letivo, tornando-se o novo símbolo de integração, espírito jovem e pertencimento.
A escolha de uma lontra não foi por acaso. A espécie é um mamífero típico da região de Joinville e do Norte catarinense, frequentemente avistado em rios e manguezais da Baía da Babitonga. Animal conhecido por sua inteligência, habilidade, comportamento sociável e por estar sempre em movimento, a lontra foi considerada a representante perfeita para simbolizar os valores que a Univille deseja transmitir: agilidade, adaptabilidade, trabalho em grupo e forte conexão com o meio ambiente e a comunidade regional.
O processo de criação do Univito foi conduzido internamente pela própria equipe de Marketing e Comunicação da universidade. De acordo com a reitoria, a ideia era desenvolver uma figura que fosse além do branding tradicional, criando um ponto de conexão emocional, especialmente com os alunos calouros, mas sem perder o apelo junto aos veteranos, professores e colaboradores.
“O Univito chega para ser um embaixador da alegria e do nosso espírito acadêmico. Ele personifica a energia da nossa universidade e a nossa ligação com a região. Queremos que todos se identifiquem e se sintam representados por esse novo personagem, que estará presente nos eventos, nas campanhas e nas comunicações da instituição”, declarou o reitor durante a cerimônia de lançamento.
A recepção entre os alunos tem sido positiva. Muitos já adotaram o mascote nas redes sociais, compartilhando memes e manifestações de aprovação. “Achei incrível! Dá um ar mais descontraído para a universidade. O design é fofo e moderno, e a lontra tem tudo a ver com a gente aqui de Joinville”, comemorou a aluna do curso de Publicidade e Propaganda, Ana Júlia Mendes.
O plano é que o Univito se torne uma presença constante na vida universitária. A expectativa é que ele estamile materiais promocionais, seja a estrela de campanhas internas e, principalmente, seja uma figura marcante em eventos como a Semana de Integração Calouros e Veteranos (SICVE), competições esportivas e feiras de cursos.
Com seu sorriso amigável, o Univito não é apenas uma nova imagem; é a tentativa da Univille de materializar seu DNA inovador e comunitário em um símbolo que todos possam chamar de seu.
Univille 2025: Eleições para o DCE acirram ânimos no campus Disputa entre chapas reflete divisão entre estudantes que priorizam festas e preços acessíveis e aqueles que focam em pautas acadêmicas e políticas.
JOINVILLE, 03/09/2025 – O clima no campus da Univille está intenso com a campanha para as eleições do Diretório Central dos Estudantes (DCE), marcadas para a próxima semana. Três chapas concorrem ao cargo máximo de representação estudantil, cada uma com propostas que refletem visões distintas sobre o papel do DCE: de um lado, a defesa de festas a preços populares e descontos; de outro, o foco em melhorias acadêmicas e bandeiras políticas mais amplas.
A chapa “União da Galera” tem agitado as redes sociais com promessas de baixar os preços dos eventos universitários e fechar parcerias para descontos em bares, restaurantes e transportes. Seu slogan, #FestaSimProblemasNão, viralizou entre os estudantes. “A gente quer tornar a vida do aluno mais leve. Universidade tem que ter diversão, não só cobrança”, defende João Silva, 21 anos, candidato a presidente da chapa.
Já a chapa “Voz Ativa” critica a superficialidade dessa abordagem. Eles priorizam a pressão por melhorias na infraestrutura da universidade, a revisão do calendário de provas – considerado “desumano” por muitos – e a organização de greves caso necessário. “Não podemos nos distrair. Precisamos lutar por mais bolsas, contra os cortes na educação e por um ensino de qualidade”, argumenta Maria Santos, 22 anos, líder da chapa.
Uma terceira chapa, “Movimento”, tenta um caminho intermediário, mesclando propostas de entretenimento e pautas sérias, mas, até o momento, não conseguiu o mesmo engajamento que as concorrentes.
A polarização divide a opinião dos alunos. Enquanto alguns veem as pautas de festas como mais tangíveis e divertidas, outros as consideram uma distração perante problemas crônicos da universidade.
“Eu vou votar na chapa que vai trazer mais benefícios diretos para mim. Festa barata e desconto no estacionamento já me ganham”, diz Pedro Costa, calouro de Engenharia.
Já para Ana Ferreira, do curso de Direito, a postura precisa ser outra: “No ano passado, tivemos problemas sérios com a falta de professores e a biblioteca fechada. Precisamos de um DCE que lute por coisas sérias, não só por cerveja barata”.
A abstenção, no entanto, ainda é uma grande concorrente. Muitos alunos, sobrecarregados com trabalhos e provas, veem o processo como distante de sua realidade imediata. “Mal tenho tempo para estudar, quem dirá acompanhar promessa de político de campus”, brinca uma aluna, que preferiu não se identificar.
As eleições estão marcadas para os dias 10 e 11 de setembro, e o resultado deve definir os rumos do movimento estudantil na Univille para os próximos dois anos. Uma coisa é certa: o pleito já mostrou que há mais de uma maneira de enxergar a vida universitária.